Apneia do Sono

A síndrome da apneia obstrutiva do sono é causada por oclusões repetitivas da faringe que ocorrem durante o sono, levando à alteração da qualidade do sono, cansaço ao despertar, fadiga ou sonolência durante o dia. 

O ronco é o principal sinal de alerta para a apneia do sono. Pessoas que apresentam roncos altos e freqüentes podem sofrer deste transtorno. Uma das principais causas de apneia do sono é a obesidade, entretanto pessoas magras com certas características anatômicas também podem apresentar apneias. 

O diagnóstico é feito através do exame de polissonografia, que evidencia cinco ou mais interrupções na respiração por hora. A polissonografia é a monitorização de múltiplas variáveis fisiológicas durante o sono, como o eletrencefalograma, o fluxo aéreo nasal, o esforço respiratório e a oxigenação sanguínea, sendo realizada em laboratório de sono. 

A apneia do sono aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas doenças, como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e diabetes mellitus, portanto o tratamento deve ser instituído precocemente. 

As modalidade terapêuticas comprovadamente eficazes são: tratamento com aparelho de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), utilização de dispositivo intraoral e o tratamento cirúrgico. O tratamento bem sucedido leva à abolição dos roncos, melhora da qualidade do sono e redução do risco cardiovascular. 

O aparelho de CPAP é utilizado acoplado a uma máscara, através da qual a pessoa recebe ar ambiente com pressão positiva, com o intuito de permitir que a faringe permaneça aberta durante o todo o sono, para a normalização da respiração. 

A escolha do modelo da máscara é um dos aspectos fundamentais para a boa adaptação ao aparelho de CPAP, assim como a utilização do nível de pressão positivo adequado. Estes parâmetros são determinados durante segundo exame de Polissonografia. O tratamento com CPAP é indicado principalmente nos casos de SAOS moderada (15 a 30 apneias por hora de sono) e grave (acima de 30 apneias por hora de sono), ou nos casos de SAOS leve sem resposta a outros tratamentos. 

O dispositivo intra-oral é um aparelho ortodôntico utilizado exclusivamente durante o sono, que proporciona um avanço da mandíbula, suficiente para aumentar o espaço para a passagem aérea. É indicado principalmente para pacientes que apresentam SAOS leve (5 a 15 apneias por hora de sono), ou que apresentam apneias apenas quando dormem deitados em decúbito dorsal. 

A cirurgia de vias aéreas é especialmente indicada em pacientes com aumento expressivo de amígdalas ou adenóides, e como tratamento adjuvante em pacientes com obstrução nasal crônica secundária a desvio de septo ou aumento das conchas nasais. Existe ainda a possibilidade de cirurgia ortognática (osteotomia maxilo-mandibular), que, por tratar-se de procedimento complexo e com resultados variáveis, usualmente não é indicada como primeira opção de tratamento. 

A resposta ao tratamento cirúrgico ou com dispositivo intra-oral, deve ser avaliada através de polissonografia, para que seja garantido o controle adequado das apneias. Além das modalidades de tratamento citadas, o fortalecimento da musculatura da faringe, através de tratamento com fonoaudiologistas, denominado terapia miofuncional, pode ser utilizado em casos leves, ou como terapia adjuvante ao tratamento cirúrgico ou ao uso do dispositivo intraoral.